Eleições 2016: Reviravoltas e incerteza marcam o cenário eleitoral de Cedro

Editorial

A incerteza no campo político de Cedro ainda é marcante, mesmo diante de uma definição importante. O anúncio do nome de Márcia Mariano para a vaga de candidata a prefeita pelo grupo de situação gerou uma sucessão de fatos, piorando ainda mais o clima nada pacífico vivenciado pelo grupo diante da escolha do (a) sucessor (a) do atual prefeito, Josenildo Soares.

O gestor esperava consenso entorno do nome da ex-secretária para a liderança da chapa, no entanto, após a divulgação preliminar da notícia, a reação foi imediata dentro do próprio grupo. Alguns integrantes manifestaram apoio à Márcia, outros, entretanto, se surpreenderam com a decisão. Foi o caso do atual vice-prefeito, Rubens Tavares, Vavá, que de imediato se recusou a concorrer novamente ao cargo, contrariando o desejo de Josenildo.

O desacordo entre eles abriu precedente para a movimentação constante do grupo de oposição, que começou a idealizar uma possível aliança com Vavá. A possibilidade, apesar de real, ainda não passa de especulação, algo prosaico às vésperas do fim do prazo para as convenções eleitorais.

Os últimos ocorridos demonstram que, mesmo diante da decisão mais aguardada pela população e pelo próprio grupo, ainda continuamos a navegar nas ondas da incerteza. Diante das divergências inerentes à escolha de Márcia como candidata a prefeita, são grandes as possibilidades do prefeito voltar atrás na decisão para evitar uma ruptura. Porém, é preciso o gestor ficar atento para que um provável revés não gere outro mal estar e abra precedentes para possíveis desligamentos.

O clima tenso vivenciado no grupo situacionista demonstra os primeiros equívocos de Josenildo Soares na forma de condução do seu grupo político. Decisões como essas devem ser acordadas com as diversas alas do grupo e pautadas na esfera dialógica. Ao que parece, isso não aconteceu. A ausência disso é paradoxal aos preceitos antes propagados pelo prefeito, que prometia uma escolha democrática, transparente e baseada no diálogo. O anúncio meteórico e as informações contundentes comprovam que a escolha da futura candidata se deu de forma vertical, ou seja, prevaleceu o desejo do gestor. A atitude nada sensata pode apresentar reflexos decisivos no processo eleitoral que, indubitavelmente, marcará a história política de Cedro.